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Glúten nosso de cada dia, dai-nos hoje alergia
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Glúten nosso de cada dia, dai-nos hoje alergia
Quando vi aparecerem as primeiras etiquetas “não contém glúten”, eu pensei que uma nova doença tinha sido “descoberta”, relacionada à consumação de glúten e, por causa dela, uma nova lei editada obrigando os fabricantes à informar o consumidor que seu produto continha glúten.
Na época, não procurei saber mais sobre o assunto e também não conhecia ninguém que tinha o problema. Estava errada, não se tratava de uma nova doença, mas de uma alergia adquirida (ou "adquirível").
Até pouco tempo, não imaginava que esse tipo de alergia poderia mudar a vida de pessoas ou mesmo matar.
Eis que o problema do glúten, ou alergia ao glúten, tomou proporções enormes nos dias de hoje, pois encontramos muitas pessoas que sofrem desse mal, e em toda parte ouvimos gritos de alerta que já não nos permitem ignorar o assunto.
A alergia ao glúten virou um problema de saúde pública, o que nos obriga a estar bem informados. Por isso, vale saber que, recentemente, alguns cientistas afirmaram que o excesso de glúten na comida de hoje em dia tem uma influência sobre o cérebro humano e pode provocar mudanças de comportamento e humor, além de outros distúrbios do sistema digestivo.
Uma afirmação científica que faz eco enfim ao que um cientista isolado tinha afirmado há trinta anos atrás. Naquela época ninguém lhe deu ouvidos, claro, e nenhuma indústria alimentícia investiu na pesquisa para provar o que ele afirmava.
Mas já repararam que encontramos cada vez mais produtos cujos rótulos estampam a informação: “não contém glúten” ?
Pois bem. Estamos diante de um caso em que o consumidor mal informado ainda vai passar anos refém de toda a cadeia de produção-alimentícia-capitalista-selvagem, ou seja, que visa o lucro, e somente o lucro, independentemente da qualidade do que oferece à comer aos seres humanos.
Essa história do glúten-vilão é de fato um caso relativamente recente na sociedade. O glúten sempre existiu no pão nosso de cada dia.
Por isso, para entender o problema é preciso se ter em conta que a alergia não é provocada pelo glúten em si, mas o seu excesso, contido hoje no trigo que serve de ingrediente aos alimentos.
O glúten é um ingrediente naturalmente presente no trigo. Mas ao longo dos anos, manipulações genéticas foram feitas em busca de um trigo com percentual cada vez maior de glúten. Para se ter uma idéia, em um intervalo de cinquenta anos, esse percentual praticamente dobrou, de 7% passou à 12%.
Esses tipos de pesquisas que permitiram o aumento da quantidade de glúten no trigo, foram em grande parte financiadas pela indústria alimentícia com a finalidade de acelerar o processo de produção do pão. Isso porque, a partir da segunda metade do século XIX a panificação passou a ser quase exclusivamente mecânica.
Nessa busca por rapidez da panificação, o pós segunda guerra mundial representou uma alanvancada no interesse por esse tipo pesquisa, pois, em razão da insuficiência de alimentos na época, foi preciso fabricar mais, mais rápido e com menor custo.
Mas olhando direito, o consumidor só perdeu nessa (his)estória.
Explicando em outras palavras, a matemática da indústria alimentícia nesse caso é a seguinte: quanto mais glúten mais rápido o processo de panificação mecânica, pois é a reação com glúten que faz o fermento inchar a massa de pães, bolos e biscoitos.
Mais e mais glúten é aqui e para a indústria de alimentos, sinônimo de economia de mão-de-obra e de tempo. Daí o investimento em pesquisas que favoreceram o cruzamento de grãos de trigo, via manipulação genética, com cada vez mais teor em glúten.
Ocorre que pessoas começaram a desenvolver alergias ou intolerâncias alimentares a esse excesso de glúten nos alimentos fabricados com trigo genéticamente manipulado.
Em consequência disso tudo, um outro problema surgiu. O do mercado dos alimentos sem glúten. Sim, porque o consumidor nessa historia não pára de comer pão, mesmo quando desenvolve intolerância ou alergia ao glúten.
A grande sacada da indústria de alimentos é então continuar produzindo alimentos à base de trigo hipergluteinado e, ao lado disso, investir em pesquisa para a produção de alimentos sem glúten que ela pode vender mais caro às pessoas alérgicas ao glúten.
Esse tipo de problema é complexo e, ao meu ver, de saúde pública. A experiência mostra que problemas como este podem passar anos debaixo do tapete, sem que as autoridades públicas interditem a venda de um produto alimentício ou exija das empresas medidas para reduzir a utilisação de trigo hipergluteinado. Quando o fazem, sofrem a força dos enormes lobbys de mercado que, ao que parece, têm uma força sobre-humana.
Quem compraria uma briga dessas ??
Na época, não procurei saber mais sobre o assunto e também não conhecia ninguém que tinha o problema. Estava errada, não se tratava de uma nova doença, mas de uma alergia adquirida (ou "adquirível").
Até pouco tempo, não imaginava que esse tipo de alergia poderia mudar a vida de pessoas ou mesmo matar.
Eis que o problema do glúten, ou alergia ao glúten, tomou proporções enormes nos dias de hoje, pois encontramos muitas pessoas que sofrem desse mal, e em toda parte ouvimos gritos de alerta que já não nos permitem ignorar o assunto.
A alergia ao glúten virou um problema de saúde pública, o que nos obriga a estar bem informados. Por isso, vale saber que, recentemente, alguns cientistas afirmaram que o excesso de glúten na comida de hoje em dia tem uma influência sobre o cérebro humano e pode provocar mudanças de comportamento e humor, além de outros distúrbios do sistema digestivo.
Uma afirmação científica que faz eco enfim ao que um cientista isolado tinha afirmado há trinta anos atrás. Naquela época ninguém lhe deu ouvidos, claro, e nenhuma indústria alimentícia investiu na pesquisa para provar o que ele afirmava.
Mas já repararam que encontramos cada vez mais produtos cujos rótulos estampam a informação: “não contém glúten” ?
Pois bem. Estamos diante de um caso em que o consumidor mal informado ainda vai passar anos refém de toda a cadeia de produção-alimentícia-capitalista-selvagem, ou seja, que visa o lucro, e somente o lucro, independentemente da qualidade do que oferece à comer aos seres humanos.
Essa história do glúten-vilão é de fato um caso relativamente recente na sociedade. O glúten sempre existiu no pão nosso de cada dia.
Por isso, para entender o problema é preciso se ter em conta que a alergia não é provocada pelo glúten em si, mas o seu excesso, contido hoje no trigo que serve de ingrediente aos alimentos.
O glúten é um ingrediente naturalmente presente no trigo. Mas ao longo dos anos, manipulações genéticas foram feitas em busca de um trigo com percentual cada vez maior de glúten. Para se ter uma idéia, em um intervalo de cinquenta anos, esse percentual praticamente dobrou, de 7% passou à 12%.
Esses tipos de pesquisas que permitiram o aumento da quantidade de glúten no trigo, foram em grande parte financiadas pela indústria alimentícia com a finalidade de acelerar o processo de produção do pão. Isso porque, a partir da segunda metade do século XIX a panificação passou a ser quase exclusivamente mecânica.
Nessa busca por rapidez da panificação, o pós segunda guerra mundial representou uma alanvancada no interesse por esse tipo pesquisa, pois, em razão da insuficiência de alimentos na época, foi preciso fabricar mais, mais rápido e com menor custo.
Mas olhando direito, o consumidor só perdeu nessa (his)estória.
Explicando em outras palavras, a matemática da indústria alimentícia nesse caso é a seguinte: quanto mais glúten mais rápido o processo de panificação mecânica, pois é a reação com glúten que faz o fermento inchar a massa de pães, bolos e biscoitos.
Mais e mais glúten é aqui e para a indústria de alimentos, sinônimo de economia de mão-de-obra e de tempo. Daí o investimento em pesquisas que favoreceram o cruzamento de grãos de trigo, via manipulação genética, com cada vez mais teor em glúten.
Ocorre que pessoas começaram a desenvolver alergias ou intolerâncias alimentares a esse excesso de glúten nos alimentos fabricados com trigo genéticamente manipulado.
Em consequência disso tudo, um outro problema surgiu. O do mercado dos alimentos sem glúten. Sim, porque o consumidor nessa historia não pára de comer pão, mesmo quando desenvolve intolerância ou alergia ao glúten.
A grande sacada da indústria de alimentos é então continuar produzindo alimentos à base de trigo hipergluteinado e, ao lado disso, investir em pesquisa para a produção de alimentos sem glúten que ela pode vender mais caro às pessoas alérgicas ao glúten.
Esse tipo de problema é complexo e, ao meu ver, de saúde pública. A experiência mostra que problemas como este podem passar anos debaixo do tapete, sem que as autoridades públicas interditem a venda de um produto alimentício ou exija das empresas medidas para reduzir a utilisação de trigo hipergluteinado. Quando o fazem, sofrem a força dos enormes lobbys de mercado que, ao que parece, têm uma força sobre-humana.
Quem compraria uma briga dessas ??
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